domingo, 12 de fevereiro de 2012

Coração

"Só tu me fazes dizer as coisas que te digo. Estou à tua espera. Quando chegares vou-te morder devagarinho. Só até fazer doer. Agora, para que o tempo passe, vou escrever o que passa pela minha cabeça. É então assim.

(...)

Restam as coisas simples. São as mais belas. Por exemplo o haver uma pessoa que goste de outra. Isto é o mais belo de tudo o que há no mundo por mais que se procure por todo o lado. E o que é que quer dizer uma menina gostar de um menino ou um menino gostar de uma menina? Quer dizer: fazerem tudo um pelo outro. O tudo podendo ser maior ou mais pequenino consoante a alma, o tempo e o espaço. E o que quer dizer um menino gostar de uma menina, menina que também gosta desse menino? Isso é o fim do mundo.

De vez em quando, muito de vez em quando, há um fim do mundo. O mais engraçado é que ninguém nota. O menos engraçado é que ninguém aprende. Isto é: ninguém sabe nem como começa nem como acaba, nem como se repete. Para dizer a verdade nem se sabe como dura um fim do mundo em que duas pessoas podem fazer tudo, são tudo, sem mais ninguém. Não está certo.

(...)

A vida não é assim uma sucessão de pequenos fins mas sim uma sucessão de pequenos milagres e não digo mais nada até tu chegares para te começar a morder. Só, só até doer.

Só tu me fazes fazer as coisas que te faço."

Coração @ Histórias Verdadeiras by Pedro Paixão

Gosto.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Uma questão de memória...

A memória é um músculo! Pelo menos, sempre me lembro de ouvir dizer que se treina!
Eu faço vários exercícios de memória... para não me esquecer das coisas... porque o relógio não pára e há pequenas coisas que faço questão de não me esquecer... só as boas!

E as ideias são como as cerejas (alguém se lembra da história das cerejas? "são como as cerejas que estão na minha cabeça") e atrás de uma ideia vem uma música e quando dou por mim o youtube toca o Bonga e atrás do Bonga tantas outras músicas, histórias, ideias e memórias..

De repente: Tó Semedo - Jura.

Ando uns 15 anos para trás no livro das memórias e encontro na minha cabeça um CD que a Célia gravou e que tinha escrito a caneta de acetato "Várias" como todos os CDs que ela gravava. Dizia na altura que gostava de gravar CDs com várias para nunca saber qual a música que toca a seguir.

A primeira música deste CD era uma Kisomba daquelas terríveis da moda. Tó Semedo canta Jura com aquela batida característica das kisombas da moda de fim de século.

O meu Pai dizia-me muitas vezes: "põe aquela... do tó jura!"

É engraçado como as memórias, mesmo as de momentos que não dá mesmo para recrear, me deixam a sorrir. Tem a ver com a forma de estar... com a forma como nos queremos lembrar das coisas...

Hoje, aqui e em directo, "aninhas, põe aquela do tó jura". Ponho pois!



bu sabi man'ta amabu?
n'ta jura!